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Quinta-feira, 23 de Outubro de 2025

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Astronautas da Starliner estão longe de recorde de permanência no espaço

Williams e Wilmore passaram 9 meses na estação espacial, após problemas com a cápsula CST-100 Starliner, da Boeing

Astronautas da Starliner estão longe de recorde de permanência no espaço
Reprodução/Google
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A missão estava programada para durar pelo menos oito dias, talvez um pouco mais. Mas os astronautas americanos Sunita Williams e Barry Eugene Wilmore, da Nasa, ficaram nove meses no espaço, por causa de problemas com a cápsula CST-100 Starliner, da Boeing.

Não é a primeira vez que circunstâncias levam tripulantes a permanecer longos períodos em órbita, em missões atipicamente longas.

Se há algo na história da exploração espacial em que se viu uma evolução constante é na duração da estadia de humanos no espaço. As primeiras missões, no início dos anos 1960, limitavam-se a minutos, no menor dos casos, ou uns poucos dias, no maior deles.

As restrições basicamente são duas. A primeira é que o corpo humano não foi feito para permanecer longos períodos de imponderabilidade –a sensação de ausência de peso gerada pelo movimento orbital. (É errado pensar que os astronautas estão, nessas circunstâncias, sob gravidade zero; eles estão em permanente queda livre, mas a espaçonave em que se alojam também, de forma que, uns em relação à outra, parecem não sentir a força gravitacional os comprimindo na direção do chão).

Essa situação causa diversas mudanças fisiológicas, como a redistribuição de fluidos pelo corpo (nosso sistema circulatório é feito para bombear sangue para cima, contra a gravidade, e quando ela se torna imperceptível ele bombeia com mais força para a porção superior do corpo do que o necessário) e perdas ósseas e musculares (já que ambos precisam trabalhar muito menos sob ausência de peso). Fora esses efeitos macro, também há consequências em nível celular, e o metabolismo como um todo passa por alterações. Diversos problemas de saúde, de osteoporose a prejuízos à visão, já foram identificados, e os estudos prosseguem.

Há também uma preocupação com o ambiente de radiação no espaço, que pode submeter astronautas a doses muito maiores do que as que afetam funcionários de usinas nucleares. Contudo, esse é um problema mais relevante para voos além da órbita terrestre baixa –dos quais até hoje só tivemos nove, durante o programa Apollo, quando astronautas viajaram às imediações da Lua. Nas imediações da Terra, a despeito da ausência de atmosfera apreciável, o campo magnético do planeta oferece proteção relevante.

O segundo fator a limitar a permanência no espaço é mais óbvio e previsível: a limitação de suprimentos. É preciso haver alimentação, ar e água disponível para os astronautas pelo tempo que forem ficar lá em cima. Em uma cápsula pequena, isso é um limitante crucial; em uma estação espacial, com ciclos fechados de reúso de água e ar, além de reabastecimentos constantes, o problema é facilmente contornado –é o que viabilizou a longa estadia de Williams e Wilmore na ISS.

Com o advento dos laboratórios e estações espaciais, a partir dos anos 1970, as estadias padrão de tripulações foram se estendendo. Hoje, oscilam tipicamente entre 4 e 6 meses, período considerado adequado para manter sob controle os impactos fisiológicos de permanência no espaço, principalmente com exercícios físicos.

Contudo, em algumas ocasiões, por vezes de propósito, para fins científicos, outras por acidente, tripulantes acabaram precisando ficar mais de seis meses de uma vez em órbita.

FONTE/CRÉDITOS: Portal da Folha de São Paulo/Uol
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